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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Uma privatização (da RTP) com uma benção inesperada

Ontem o Ministro Poiares Maduro ( Ministro adjunto com a pasta da comunicação social) propôs que a RTP - Radio e Televisão de Portugal, uma empresa pública, uma televisão pública, como em todos os países desenvolvidos, fosse controlada por uma entidade externa e independente. Esta proposta, que se segue às sucessivas tentativas falhadas seguidas pelo governo, pelas mãos de Miguel Relvas de tentar PRIVATIZAR, VENDER, DAR (escolha uma) a RTP para mais um belo negócio com os seus amigos. Até aqui tudo normal num governo que parece ter como agenda além do empobrecimento generalizado para dar esse dinheiro roubado a quem vive de juros e de capitais vários. O que não é normal no meio desta privatização (da gestão) da RTP foi a posição hoje assumida pelo Bloco de Esquerda pela sua deputada Cecília Honório. Então qual foi a posição do Bloco de Esquerda? A de apoiar e de considerar "bem-vinda" a ideia do governo de entregar a privados o controlo da Televisão e Rádios Públicas.

Esta posição para além de vergonhosa por parte do Bloco, deve merecer o repúdio de toda a gente que se considere de Esquerda e que defenda o direito a um serviço público, universal e de qualidade. Com esta posição o Bloco de Esquerda opta por se posicionar do lado do governo numa medida à muito ambicionada pela Troika e pela Direita em Portugal.

Uma outra questão que fica no ar é "O que é uma entidade independente para o governo?"

Será uma entidade que será independente do governo para o Ministro Maduro "a RTP “vive sob uma suspeita permanente de risco de governamentalização”"....“Porque essa gestão é sempre associada, eventualmente, a uma intromissão dos Governos”. Deste lado estamos esclarecidos o que é uma entidade independente para o Governo. Agora o que se impõe é outra pergunta "O que deve ser uma entidade independente?"

Uma entidade independente que seja realmente independente deve em primeiro lugar ser independente financeiramente, logo não depender de ninguém (sem dinheiros públicos nem privados) para prosseguir os seus fins diários. Como essa situação não tem possibilidade de existir em lado nenhum, alguém terá de financiar esta entidade...logo não há a hipótese de ser independente nesta perspectiva. Outra questão e última é quem nomeará essa entidade...o Governo?? Um comité de sábos (certo...independência pois) constituidos pelos mais célebres empresários (estamos faládos aqui quanto a independência)? Estas perguntas têm resposta imediata. Portanto a única lição que fica aqui é de mais uma tentativa do governo PSD-CDS tentar privatizar a RTP e desta vez ter a ajuda do Bloco de Esquerda.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Protecção policial?? Onde anda a justiça em Portugal?

No último dia 3 de Setembro, o tribunal de Famalicão deixou à solta um violador tendo apenas como "medida", apresentações semanais. Tudo isto já seria suficientemente grave, mas hoje acrescentou-se mais um triste capítulo a esta situação, com o violador a requerer protecção policial. E porque requer o violador protecção? Porque após a população da zona se sentir legitimamente insegura e a requerer justiça, o violador foi parar ao hospital com agressões várias...

A pergunta que se impõe é...quanto vai custar a protecção policial? Que justiça é esta que solta um violador e ainda lhe dá protecção policial?
Uma salva de palmas para a população que sem medo resolveu fazer alguma justiça em mais um caso de violação ( ou casos parecidos) em que os tribunais portugueses decidem a favor dos criminosos.

  • http://www.dnoticias.pt/actualidade/pais/404377-tribunal-deixa-em-liberdade-suspeito-de-sequestrar-e-violar-menor-de-14-anos

  • http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/violacao-famalicao-tribunal-pj-agressao-tvi24/1486716-4071.html

domingo, 1 de setembro de 2013

Piropos: o menos grave dos sintomas

É simples: Piropos lançados a uma mulher desconhecida ou com a qual não se tenha o tipo de confiança para entrar nesse género de "flirt" deixando-a desconfortável ou mesmo sentindo-se ameaçada é de facto uma pulhice. Mas se alguém acha que pode resolver o problema, criminalizando o acto, está muito enganado. O piropo é um sintoma, e porventura nem o mais grave, de uma doença muito maior, a mesma doença que faz com que o salário médio dos homens seja maior que o das mulheres, a mesma doença que leva mulheres a terem que dizer que não pretendem ficar grávidas ou a responderem se têm filhos (pergunta que obviamente não será feita ao marido), a mesma doença que leva centros de saúde a não terem stock de pílulas contraceptivas, a mesma doença que faz com que o juiz absolva um réu porque "a violação não foi muito violenta" ou porque a vítima de 14 anos já tinha sido sexualmente activa.É a mesma doença que leva a existência de noivas crianças no subcontinente indiano e em África, a existência da Burqa, da mutilação genital feminina (até na Europa), do tráfico sexual de mulheres.

E esses problemas só podem ser solucionados através da educação e do fim da exploração dos homens e das mulheres pelos homens.Quem não abordar a opressão das mulheres de uma forma integral mas limitando-se apenas a criminalizar o menos grave dos seus exemplos ou é ingénuo ou anda a brincar ao politicamente correcto, á política fútil, aos soundbytes sem ter a coragem de atacar a raiz do problema.E no que me diz respeito, esse problema só desaparecerá quando o modelo civilizacional em que vivemos desaparecer. E isso faz-se através de um sistema educativo que incuta os valores da igualdade (entre homem e mulher,raças e etnias,credos, orientações sexuais) da luta sindical e da construção de uma revolução que acabe com o capitalismo que tanto fomenta as desigualdades para facilitar a exploração.