O Branqueamento de um fascista
O
regime de que José Hermano Saraiva foi precisamente um dos ministros da
educação promoveu um ensino público digno do século XIX e um ensino
superior absolutamente anquilosado na área da investigação. Os meus pais
mal fizeram a 4ª classe e trabalhavam ainda não contavam dois dígitos
de idade. Eventualmente a opção foi partir para França a salto.
A
História repete-se hoje como farsa com vários ministros de licenciaturas
duvidosas a mandarem a geração com a maior formação académica que este
país já teve emigrar. Estes netos de Salazar e Caetano são os que hoje
cantam as loas desta figura branqueada por 4 décadas a contar a História
de Portugal como ela era ainda ensinada no tempo dos meus pais: pouca
substância ou integridade científica e ao contrário do que muitos pensam
20 minutos semanais disto não educam um povo sobre a sua História. Essa
educação faz-se nos bancos da escola, nem sempre bem diga-se, não
porque os professores de História deste país não são bons (tive um 3
anos no secundário que ditou a minha vocação) mas porque quem faz os currículos escolares nos corredores do poder da 5 de Outubro ostenta
ainda muitos dos tiques dos tempos do Sr Saraiva.
Este é o homem que
mandou carregar sobre estudantes em protesto ( A carga policial sobre
manifestações é um dos crimes dos quais os actuais netos de Salazar
também são culpados, da Ponte 25 de Abril à esplanada da Brasileira nada
de novo debaixo do sol fascista), mandou prender grevistas de exames,
sitiar Coimbra com fardados, integrou compulsivamente estudantes nas
forças armadas como castigo pela sua "sediação e desrespeito e insultos
ao chefe de Estado". É este o homem que hoje está a ser canonizado pelos
netos de um regime que nos quer fazer voltar aos bons velhos tempos da
pobreza remediada, dos exames da quarta classe, do desinvestimento na
educação pública para os pobrezinhos enquanto que continuam a correr
rios de dinheiro para o ensino privado, da obediência cega ao líder, das
bastonadas em inocentes, das manifestações que já o são com duas
pessoas, do desinvestimento no ensino superior e na investigação
académica (30% de cortes este ano na FCT).
Hoje uns querem à força
fazer nos cheirar o aroma de santidade de uma figura fascista embora
segundo Saraiva, lembrem-se, Salazar não era um fascista. Eu hoje só
cheiro a podridão de uma democracia traída e os carrascos são os netos
de Salazar. Aqui ao lado, os de Franco espancam e alvejam manifestantes
enquanto que a Alemanha pretende ditar as regras na Europa. Voltamos a
1936?
Nem mais.
ResponderEliminarEste povo é mais cego que um cão sem olhos em nevoeiro cerrado.
E os que não são, andam bem saudosistas daquele tempo sem nome.
E olhe que são muitos, eles andam por ai aos magotes em comentários anónimos. Muito preocupante.
Preocupante também as heranças destas gentes e suas contas bancárias... não se lhes vê um pingo de suor em mais de 4 gerações familiares...
Não tem solução a minha pátria, os que não são gandins contam-se já pelos dedos das mãos.
Vamos ver se o javardo do Cavaco vai ao funeral deste, não não foi ao de Saramago.
E isto pela minha boca sem filiação partidária, odeio políticos de todos os quadrantes, na Finlândia é que tiveram juízo...