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sábado, 21 de julho de 2012

O Branqueamento de um fascista

O regime de que José Hermano Saraiva foi precisamente um dos ministros da educação promoveu um ensino público digno do século XIX e um ensino superior absolutamente anquilosado na área da investigação. Os meus pais mal fizeram a 4ª classe e trabalhavam ainda não contavam dois dígitos de idade. Eventualmente a opção foi partir para França a salto.
A História repete-se hoje como farsa com vários ministros de licenciaturas duvidosas a mandarem a geração com a maior formação académica que este país já teve emigrar. Estes netos de Salazar e Caetano são os que hoje cantam as loas desta figura branqueada por 4 décadas a contar a História de Portugal como ela era ainda ensinada no tempo dos meus pais: pouca substância ou integridade científica e ao contrário do que muitos pensam 20 minutos semanais disto não educam um povo sobre a sua História. Essa educação faz-se nos bancos da escola, nem sempre bem diga-se, não porque os professores de História deste país não são bons (tive um 3 anos no secundário que ditou a minha vocação) mas porque quem faz os currículos escolares nos corredores do poder da 5 de Outubro ostenta ainda muitos dos tiques dos tempos do Sr Saraiva.
Este é o homem que mandou carregar sobre estudantes em protesto ( A carga policial sobre manifestações é um dos crimes dos quais os actuais netos de Salazar também são culpados, da Ponte 25 de Abril à esplanada da Brasileira nada de novo debaixo do sol fascista), mandou prender grevistas de exames, sitiar Coimbra com fardados, integrou compulsivamente estudantes nas forças armadas como castigo pela sua "sediação e desrespeito e insultos ao chefe de Estado". É este o homem que hoje está a ser canonizado pelos netos de um regime que nos quer fazer voltar aos bons velhos tempos da pobreza remediada, dos exames da quarta classe, do desinvestimento na educação pública para os pobrezinhos enquanto que continuam a correr rios de dinheiro para o ensino privado, da obediência cega ao líder, das bastonadas em inocentes, das manifestações que já o são com duas pessoas, do desinvestimento no ensino superior e na investigação académica (30% de cortes este ano na FCT).
Hoje uns querem à força fazer nos cheirar o aroma de santidade de uma figura fascista embora segundo Saraiva, lembrem-se, Salazar não era um fascista. Eu hoje só cheiro a podridão de uma democracia traída e os carrascos são os netos de Salazar. Aqui ao lado, os de Franco espancam e alvejam manifestantes enquanto que a Alemanha pretende ditar as regras na Europa. Voltamos a 1936?

1 comentário:

  1. Nem mais.

    Este povo é mais cego que um cão sem olhos em nevoeiro cerrado.

    E os que não são, andam bem saudosistas daquele tempo sem nome.

    E olhe que são muitos, eles andam por ai aos magotes em comentários anónimos. Muito preocupante.

    Preocupante também as heranças destas gentes e suas contas bancárias... não se lhes vê um pingo de suor em mais de 4 gerações familiares...

    Não tem solução a minha pátria, os que não são gandins contam-se já pelos dedos das mãos.

    Vamos ver se o javardo do Cavaco vai ao funeral deste, não não foi ao de Saramago.

    E isto pela minha boca sem filiação partidária, odeio políticos de todos os quadrantes, na Finlândia é que tiveram juízo...

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