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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Em Ruptura, pela Esquerda

Não é de hoje que muita gente ligada ao espectro esquerdo da política, quer seja por militância ou pura convicção, não se revê no Partido Comunista Português nem no Bloco de Esquerda. As pessoas estão francamente desiludidas e sentem-se muito traídas pelo estalinismo bolorento do PCP e pelo reformismo confrangedor do BE. Ambos perderam a combatividade e irreverência que originalmente os caracterizava, deixando a esquerda fracturada e sem uma força lutadora.

Estão assim escancaradas as portas e estendido um tapete de boas-vindas a uma nova força de esquerda, diferente, inconformada, e independente, que se anuncia com o surgimento do Ruptura/FER como partido. Agora que soltou o seu grito do Ipiranga face ao Bloco, espera-se que seja tudo o que o PCP e o BE já não são – um partido de Esquerda.

Não temos uma esquerda verdadeira no panorama nacional. O PCP já esqueceu a sua vertente lutadora, cristalizou-se no aparelho estalinista e na CGTP, que, quando pressionada com milhares de pessoas na rua trazidas pelo Movimento 15 de Outubro, lá convoca uma greve geral. Depois, e para não ser totalmente ultrapassada, decidiu a custo a realização da manifestação, pese embora as manifs da CGTP mais se assemelhem a passeios pelas avenidas em que no fim, todos, obedientemente, entram nos autocarros devidamente fretados para o efeito e regressam a casa.

O Bloco chegou ao ponto de apoiar Manuel Alegre, candidato do PS, às Presidenciais; nem lançou candidato próprio, nem fez unidade de acção à esquerda com o PCP, que ainda lançou Francisco Lopes.

A cereja em cima do bolo é de facto a defesa da renegociação da dívida.

Contra tudo isto se anuncia o Ruptura/FER, uma alternativa socialista, com base assente na Quarta Internacional, independente, por que se autofinancia, defensor de uma democracia activa e participativa, e que apoia os movimentos sociais, comparecendo assiduamente nos protestos convocados.

O Contra-Reaccionário dá, assim, as boas-vindas a esta nova força política, incitando a que não se acomodem e não desiludam como os seus predecessores.

Longe de ser mais uma divisão na Esquerda, deverá trazer a reunificação de quem anda disperso.

Ganhem vida e sejam a alternativa de que a Esquerda em Portugal necessita.

E estejam connosco a 21 de Janeiro, na rua, em mais uma iniciativa do 15O.

As ruas são nossas!

5 comentários:

  1. FORÇA CAMARADAS!!! Por um amanhã melhor

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  2. Certamente que o PC e o BE cristalizaram no encosto ao poder. São partidos conservadores que sonham com um regresso ao "modelo social europeu" cuja possibilidade é igual à de uma reentrada de Vasco da Gama no Tejo

    Daí a que se encare como relevante para a unidade da esquerda a constituição de um partido trotskista, com as suas típicas características de vanguarda para guiar e controlar o povo, vai uma grande distância

    Ser trotskista, hoje é não perceber que Trotsky foi um Stalin que teve azar

    As pessoas hoje têm um grau enorme de diversificação que se não compagina com um partido defensor de um pensamento único. As sociedades não precisam de ideologias "religiosas" nem de lideres iluminados

    Ademais, que referências de trabalho ou pessoais tem a FER para apresentar? As tentativas de controlo do movimento social durante o 15 Maio? Assistir impávido e sereno ao esvaziar dos apoiante da Plataforma 15 O por gente pouco disposta a ser rebanho da FER ou dos seus irmãos inimigos do BE/PSR? As capacidades políticas dum pobre Gil Garcia?

    Deixem-se de brincadeiras partidárias. O sistema é uma merda demasiadamente séria

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  3. Grazia, criticas, criticas... mas afinal, que alternativas apresentas? ao menos fazes uma tentativa? Se as pessoas se identificaram com a FER no 15O, que tens tu que objectar, cada um não é livre?

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  4. A FER decidiu sair do Bloco no inicio de 2011 por causa do Alegre e do abandono das causas fracturantes? Isso dizem eles agora, porque, na verdade, era um plano bem antigo..

    "Em Portugal, fazemos parte do Bloco de Esquerda e trabalhamos no seu interior sem ilusões sobre a sua evolução. No caso do Governo Sócrates não manter a sua maioria absoluta, a pressão para formar uma coligação PS/BE será muito forte. Em todo o caso, considerando as condições actuais, o trabalho no BE e, mais ainda, a actividade nos movimentos sociais enquanto militantes dos Bloco, representa a melhor táctica para chegar outros sectores militantes e a que oferece melhores possibilidades para a construção de um partido, a partir da nossa inserção na juventude e no sector bancário."

    In texto Europeu das Teses do congresso da LIT de 2008, página 10

    Original em italiano está disponível aqui: http://www.partitodialternativacomunista.org/index.php?option=com_content&task=view&id=810&Itemid=45

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